A Polícia Federal (PF) indiciou o deputado federal André Janones (Avante-MG) por sua alegada participação em um esquema de rachadinha em seu gabinete. A prática, que envolve a devolução de uma parte dos salários de assessores a políticos, está sendo investigada após denúncias de ex-funcionários que afirmam ter sido coagidos a entregar parte de seus vencimentos.

Em resposta às acusações, Janones negou qualquer envolvimento em irregularidades.

O deputado foi indiciado pelos seguintes crimes:

• Associação criminosa
• Peculato
• Corrupção passiva

O relatório da PF aponta que o patrimônio de Janones apresentou um crescimento desproporcional durante o período investigado, o que motivou a abertura do inquérito. Os dados fiscais revelaram variações patrimoniais não justificadas de R$ 64.414,12 em 2019 e R$ 86.118,06 em 2020, indicando possíveis evidências de corrupção passiva.

Segundo a investigação, Janones é descrito como o "eixo central" da organização criminosa responsável pelas rachadinhas. "O deputado federal André Janones é o núcleo em torno do qual toda a estrutura criminosa se organiza. A investigação revelou a ilegalidade de suas ações em todas as fases do processo", declarou a PF.

O Caso

André Janones é acusado de se apropriar de uma parte dos salários de seus assessores, prática conhecida como rachadinha. A denúncia se baseia em um áudio gravado em 2019, no qual o deputado instrui assessores a devolverem parte de seus salários para cobrir um suposto prejuízo de R$ 675 mil, alegadamente ocorrido em sua campanha para a prefeitura de Ituiutaba, Minas Gerais.

No áudio, Janones afirma: “Algumas pessoas aqui vão receber um pouco mais de salário e ajudar a cobrir o prejuízo da minha campanha para prefeito. Elas vão ganhar a mais para isso.”

Em dezembro passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou a abertura de um inquérito, e o ministro do STF Luiz Fux deu início à investigação para examinar a conduta de Janones.